Seguir a vida após uma perda não é uma tarefa fácil – especialmente quando falamos de alguém próximo e querido, como no caso de pais, irmãos, filhos ou amigos. A perspectiva de uma vida sem aquela pessoa pode assustar e, por isso, é importante ter paciência.
Quando alguém morre, tudo muda: da rotina diária às ideias de futuro. A ausência, que antes não era palpável, passa a ser sentida nas lembranças, na saudade e na casa, que fica, pouco a pouco, mais vazia e silenciosa.
E é natural que leve um tempo até aceitar a nova realidade e compreender as mudanças, sem sufocar os sentimentos. Embora a teoria pareça simples, a prática tende a ser um pouco mais complexa, já que nem sempre estamos dispostos a viver o luto. E é aí que mora o perigo.
Importância de viver o luto antes de seguir a vida
Quando perdemos alguém, não existe uma fórmula mágica capaz de apagar o trauma e a dor. Por isso, o luto precisa ser respeitado e vivido, ao contrário do que muitas pessoas imaginam.
Mascarar os sentimentos e seguir a vida como se nada tivesse acontecido pode abalar ainda mais o psicológico. Afinal, em algum momento, a calmaria pode dar lugar à dor e aos pensamentos invasivos.
Mas, como passar por este processo? Antes de mais nada, é importante entender que o luto é o processo que se inicia com uma perda e vai até sua elaboração, quando o indivíduo consegue seguir a vida normalmente – ou seja, volta a enxergar o mundo externo para além da dor.
O período geralmente é marcado por uma experiência emocional profunda. Na prática, o processo pode ser dividido em fases, conforme abaixo.
Negação
Antes de seguir a vida, o indivíduo enlutado geralmente se isola do resto do mundo e entra em negação. O estado temporário, em que há uma ilusão de volta ao passado, funciona como um parachoque para que a pessoa se acostume com a situação e comece a reagir.
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Raiva
Algumas pessoas passam por uma fase na qual a raiva é predominante, especialmente quando não é mais possível negar o fato. O sentimento de revolta e de ressentimento geralmente vem acompanhado de uma busca incessante por culpados – e não são raras as vezes em que a pessoa enlutada assume essa culpa para si.
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Negociação
Uma vez que a percepção da perda já é uma realidade, o paciente tende a ter esperança de um milagre ou uma cura divina, como se fosse possível alterar o que aconteceu.
Depressão
A perda de um ente querido pode trazer à tona uma dor física latente, muito relacionada à tristeza, à solidão e à saudade. É comum, inclusive, que ela esteja acompanhada de problemas psicológicos também e sentimentos de desesperança, fraqueza e cansaço.
Esta, possivelmente, é uma das fases mais delicadas do processo de luto, uma vez que é preciso acolhimento e muita conversa, a fim de evitar uma depressão silenciosa.
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Aceitação
A última fase do luto é a aceitação, em que existe a dor da perda, mas há uma certa compreensão da situação. Neste momento, os sentimentos de culpa, raiva ou negação tendem a se dissipar, dando espaço à uma saudade mais tranquila e saudável. É como se, após um longo caminho, o indivíduo conseguisse seguir a vida em paz.
Dicas para seguir a vida após o luto
É importante notar que nem todo mundo passa pelos cinco estágios do luto. No entanto, é indispensável permitir-se vivenciar e expressar todas as emoções e sentimentos durante este processo.
Respeitar seu espaço e o próprio tempo também é essencial para quem precisa lidar com a situação e seguir a vida; da mesma forma, é preciso desapegar – e isso não significa esquecer.
De uma forma ou de outra, os indivíduos enlutados precisam ser acolhidos e contar com o apoio profissional sempre que necessário. A escuta ativa oferece condições para que os sentimentos sejam externalizados para que haja uma melhor compreensão da situação.
No fim do dia, o mais importante é, também, o mais simples a ser feito: dar vazão aos sentimentos ainda é uma das melhores formas de encarar o luto e seguir a vida após a perda de um ente querido.
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