A comunicação não violenta – também chamada de comunicação empática – tem ganhado cada vez mais adeptos nos últimos anos. A prática, que propõe uma nova forma de se relacionar, compreende as habilidades de falar e ouvir, priorizando o fortalecimento de laços e a conexão consigo mesmo e com aqueles que estão ao seu redor.
De acordo com o Instituto CNV Brasil, a procura por treinamentos relacionados ao assunto cresceu 80% de 2020 para 2021. Os dados chamam a atenção e, embora o tema tenha ganhado ainda mais evidência após a pandemia, a comunicação não violenta não é necessariamente uma novidade.
Foi no início dos anos 1960 que o psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg, que atuava como orientador educacional em instituições de ensino, criou um método novo para ensinar mediações e técnicas de comunicação para eliminar – ou minimizar – a segregação racial nos Estados Unidos. Surgiu, nesse contexto, a Comunicação Não Violenta.
De acordo com o pesquisador, o método permite que as respostas a estímulos comunicacionais deixem de ser automáticas e repetitivas e passem a ser mais conscientes e baseadas em percepções do momento.
Isto é, por meio da escuta ativa e da observação de comportamentos e fatores que têm influência sobre os indivíduos, em uma tentativa de impulsionar o respeito, atenção e empatia.
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Como funciona a comunicação não violenta?
A comunicação não violenta é uma abordagem que busca garantir a resolução de conflitos por meio de diversas ferramentas que estimulam a compaixão e a empatia. Na prática, ela visa transformar a maneira como nos relacionamos e nos expressamos, tornando-nos mais aptos a compreender o que está por trás das palavras que as pessoas dizem.
Existem quatro importantes pilares que compõem a comunicação não violenta:
Observação
Antes de mais nada, é preciso observar o que realmente está acontecendo ao redor, sem criar qualquer juízo de valor.
O julgamento faz parte do ser humano e muitas vezes funciona como um mecanismo de defesa, mas é importante parar de julgar para separar o que aconteceu, de fato, e o que pensamos sobre determinado assunto.
Sentimento
Expor os sentimentos nem sempre é uma tarefa fácil. Mas, ao explorar nossas vulnerabilidades, nos aproximamos enquanto seres humanos – e nos enxergamos com mais empatia. É como se, em determinado momento, conseguíssemos enxergar o que é, de fato, importante.
Por isso, é preciso entender qual sentimento determinada situação desperta, nomeando as emoções de forma adequada: mágoa, medo, felicidade, raiva, entre outros.
Necessidades
Todo mundo precisa de alguma coisa, independentemente da idade, gênero ou classe social. Na comunicação não violenta, as necessidades estão relacionadas às motivações que nos levam a fazer, falar ou sentir. Quando exploramos isso, conseguimos atender a uma demanda que, outrora, parecia distante ou inexistente.
Pedido
Os pedidos expressam a forma como gostaríamos de atender às nossas necessidades. E como ninguém é obrigado a adivinhar o que queremos ou precisamos, é importante apostar em pedidos claros e específicos para que todos compreendam o que nos importa e saibam como contribuir para o nosso dia a dia.
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Por que trabalhar a comunicação não violenta?
A comunicação não violenta emerge como uma poderosa ferramenta não apenas para melhorar os relacionamentos profissionais e interpessoais, mas também como um processo transformador no que diz respeito ao autocuidado.
Em um mundo onde a autocrítica e a exigência muitas vezes dominam a maneira como pensamos e, principalmente, nos relacionamos conosco, a prática se torna essencial para cultivar uma relação mais compassiva e gentil com nossa própria pessoa.
Em essência, a abordagem que se concentra em nossos sentimentos, enquanto reconhece e respeita as necessidades e emoções dos outros, permite abandonar o julgamento e a culpa. Ou seja, em vez de nos atacarmos por nossas falhas ou imperfeições, aprendemos a reconhecer nossas necessidades não atendidas por trás de nossos sentimentos negativos.
Mais do que isso, buscamos maneiras saudáveis de lidar com as situações, da mesma forma e cuidado que, muitas vezes, oferecemos aos outros.
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