Uma em cada cinco pessoas no mundo sofre com sintomas de ansiedade na adolescência. Os dados são de um estudo publicado na JAMA Pediatrics, que revisou 29 pesquisas com um total de mais de 80.000 participantes em todo o mundo, com idades entre quatro e 17 anos e idade média de 13 anos. Os dados clínicos foram coletados no Leste Asiático, Europa, América do Norte, Oriente Médio e Américas do Sul e Central – uma prova de que este é um problema de nível mundial.
Mas, por que os jovens sofrem tanto com a ansiedade? Tentando responder com base no cenário atual, são inegáveis os impactos na saúde mental ocasionados pela pandemia de Covid-19. Afinal, o isolamento social fez com que a rotina se perdesse e o contato e a vivência com o mundo externo também.
No entanto, a situação da ansiedade na adolescência é um pouco mais complexa.
Causas da ansiedade na adolescência
Há muitos fatores que podem facilitar um quadro de ansiedade na adolescência:
- Insegurança com a aparência
- Decepções amorosas
- Preocupação com a popularidade (ou a falta dela)
- Incertezas e pressões por um futuro profissional brilhante
E assim por diante. Afinal, esta é uma fase de descobertas, na qual o jovem reconstrói sua percepção de universo e cria relações com o mundo externo; na qual a busca pela identidade se confunde com a necessidade de aprovação.
Fatores externos ou que fogem do controle, como a separação dos pais, mudança de escola, falta de apoio da família, bullying e incapacidade de lidar com a frustração também são combustíveis para que esse tipo de transtorno ganhe cada vez mais espaço entre os jovens.
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Como lidar com a ansiedade em adolescentes?
Antes de mais nada, é importante conceituar o termo. De acordo com a Associação Americana de Psicologia, a ansiedade é uma emoção relacionada ao sentimento de tensão, podendo atingir desde crianças até idosos.
Embora seja uma reação comum do nosso organismo, manifestando-se pelas mais diversas razões, ela se torna um problema quando o medo, nervosismo e o sofrimento aparecem em excesso.
A ansiedade na adolescência pode ser tratada, especialmente quando diagnosticada precocemente, em uma tentativa de inibir os impactos do transtorno na vida adulta. Por isso, é importante reconhecer os sintomas para uma ação ainda mais rápida e eficiente.
De um modo geral, os jovens que lidam diariamente com o problema sofrem com:
- Inquietação;
- Dificuldade de concentração;
- Dores de cabeça e dores musculares inexplicáveis;
- Pensamentos negativos e preocupação excessiva, especialmente com coisas pequenas;
- Fadiga e sonolência diurna;
- Dificuldade para dormir;
- Perda de apetite ou apetite excessivo;
- Falta de ar;
- Preocupação constante com o futuro.
Tratar os sintomas, ainda na fase inicial, é essencial para evitar que eles sejam agravados ou que facilitem o surgimento de outras doenças, como a depressão. É importante notar, no entanto, que existem níveis diferentes de ansiedade, o que significa que o diagnóstico deve ser estabelecido por um profissional especializado. Dessa forma, é possível garantir a conduta correta e coerente para cada caso.
O psicólogo, aliás, desempenha um papel central nesse tipo de tratamento, uma vez que pode ajudar a entender os fatores que desencadeiam a ansiedade, reduzindo os sintomas e trabalhando as situações que ocasionam o problema.
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Ao mesmo tempo, a família também deve exercer a sua função. Os pais podem, por exemplo, ajudar os filhos a encontrarem o bem-estar emocional e mostrar que estão dispostos a mudar essa realidade.
É importante também contar com uma ação multidisciplinar, para que haja um incentivo à prática de exercícios e cuidados com a alimentação – elementos essenciais para garantir a qualidade de vida e liberação dos hormônios.
Por fim, mas não menos importante, a ansiedade na adolescência – ou em qualquer outra fase da vida – deve ser respeitada. É preciso dar um passo de cada vez, de acordo com os limites da pessoa que sofre com a condição.
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