Quando a pessoa deixa de ter uma relação saudável com a comida, ingerindo-a compulsivamente ou rejeitando-a de maneira veemente, podemos dizer que ela apresenta transtornos alimentares.
Muitas vezes, os transtornos alimentares estão associados à crise de aparência. Existem situações nas quais a pessoa acha que precisa emagrecer e come o mínimo possível, chegando a passar dias sem ingerir nenhum tipo de alimento.
Há outros nos quais a pessoa come de maneira compulsiva e, em seguida, força o vômito ou ingere laxantes para expelir a comida, devido a um sentimento de culpa e medo de ganhar peso.
Podemos citar também as pessoas que encontram na comida uma maneira de fugir de um determinado problema ou que acaba descontando nos alimentos a angústia por não encontrar uma solução assertiva e definitiva. Sem conseguir verbalizar o que está sentido, a pessoa come de maneira compulsiva, ganhando peso exagerado, ou perde a fome, ficando desnutrida.
Causas dos transtornos alimentares
Comer compulsivamente ou perder a fome, a ponto desse comportamento comprometer seriamente a saúde, pode ter uma série de causas.
Conforme dissemos anteriormente, a comida é refúgio para aquelas pessoas que apresentam dificuldade de verbalizar seus problemas, seja por medo ou por timidez. Problemas como depressão, ansiedade e situações de violência também podem desencadear quadros de transtorno alimentar.
Fortes impactos emocionais, como falecimento de um ente querido, separação, decepções amorosas ou perda emprego, também podem desencadear problemas relacionados com transtornos alimentares.
O Manual de Diagnóstico e Estatística das Doenças Mentais (DSM) incluiu os transtornos alimentares em sua lista em 1994. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) 4,7% da população brasileira apresentam algum tipo de transtorno deste tipo, como anorexia, bulimia e compulsão. Este problema atinge mais os jovens com idades entre 14 e 18 anos.
Conheça alguns tipos de transtornos alimentares
O desequilíbrio alimentar traz consequências bastante ruins à saúde física e mental. Por isso é preciso ser identificado rapidamente e procurar ajuda especializada.
Confira os tipos mais comuns de transtornos alimentares:
Anorexia
Associada à imagem distorcida do corpo, a anorexia faz com que a pessoa faça de tudo para emagrecer. Inicia dietas altamente restritivas sem necessidade e de maneira obsessiva – chegando a longos períodos de jejum.
Em alguns casos, a pessoa faz exercícios físicos sem parar e ingere comprimidos para inibir o apetite ou evacuar. As pessoas que sofrem de anorexia apresentam intensa perda de gordura corporal e baixa resistência óssea.
Bulimia
Situação na qual os alimentos são ingeridos rapidamente e de maneira exagerada, como se a pessoa estivesse perdendo o controle.
Como o medo de engordar é grande, após o consumo existe um forte sentimento de culpa, que tenta ser amenizado pelo vômito forçado ou pelo uso de diuréticos e laxantes. As pessoas que sofrem de bulimia apresentam oscilações de humor e sintomas de ansiedade e depressão.
Transtorno de Compulsão Alimentar
Considerado um dos transtornos alimentares mais comuns, a pessoa consome alimentos de maneira descontrolada.
Diferente da anorexia ou bulimia, não há sentimento de culpa ou compensação (remédios, vômitos ou exercícios), levando à obesidade, às vezes mórbida, e a problemas cardiovasculares.
Síndrome Alimentar Noturna
Nesta situação, a pessoa come compulsivamente durante a noite. Pode-se manter uma alimentação normal durante o dia ou jejuar pela manhã para fazer as compensações no período noturno. Em muitos casos, a pessoa sofre de insônia, estresse, depressão e obesidade.
Vigorexia
Neste tipo de transtorno alimentar, a pessoa apresenta uma necessidade desmedida de ganhar massa muscular. Por isso, faz dietas e exercícios de maneira descontrolada, consumindo muita proteína e suplementos alimentares.
A Vigorexia também é chamada de anorexia reversa.
Ortorexia
Quando existe uma preocupação excessiva em alimentar-se de maneira saudável. Com medo de ficar doente, a pessoa retira do dia a dia ingredientes importantes e evita comer socialmente, até porque só consome os pratos que são preparados por ela.
Se come algo fora do padrão estabelecido, fica deprimido. Entre os sintomas mais comuns estão perda de peso acentuada e anemia.
Hipergafia
Este transtorno alimentar está associado a um transtorno mental, uma vez que é desencadeado depois que a pessoa sofre algum trauma, como acidente, perda de entes queridos, sequestro e decepção amorosa.
A hipergafia tem como sintomas a perda de peso, depressão, ansiedade e isolamento social.
Alotriofagia
Apresentado geralmente por crianças e gestantes, na alotriofagia, assim como a hipergafia, é associado a um transtorno mental. Neste caso, consome-se substâncias não nutritivas, como batom, areia, tijolo e carvão.
A pessoa apresenta intoxicação e prejuízo mental.
Drunkorexia
Também conhecida como ebriorexia, a drunkorexia – que vem de drunk (bêbado) + anorexia) – caracteriza-se pelo consumo excessivo de bebidas alcoólicas, como forma a de inibir a sensação de fome e emagrecer.
A pessoa pode beber antes das refeições para enganar a fome ou fica sem comer o dia todo depois de ter abusado da bebida na noite anterior.
Como a psicoterapia pode ajudar as pessoas com transtornos alimentares?
Para tratar pessoas que apresentam transtornos alimentares, a psicologia precisa trabalhar em conjunto com outros profissionais, entre eles o nutricionista. Dessa forma, o paciente terá o apoio emocional para encontrar as causas e soluções do problema, enquanto aprende a se alimentar de maneira correta.
Se você está em busca de um profissional que lhe ajude a enfrentar os problemas causados pelos transtornos alimentares, conheça a clínica de psicologia Desenvolviver.
Criado em 2017, pela psicóloga Fernanda Correa Brito (CRP 06/102387), o consultório de psicologia está localizado próximo ao metrô Santa Cruz, zona sul de São Paulo, e conta com equipe de psicólogas experientes e com diferentes especializações, todas credenciadas no Conselho Regional de Psicologia.
Além do atendimento presencial, a Desenvolviver oferece psicoterapia online.
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