“A essência de todos os sofrimentos humanos fundamenta-se no fato de que a pessoa perdeu a capacidade de se decidir livremente acerca de suas possibilidades de comportamento normal”. (Boss, 1975, p. 24)
Desde os primórdios das civilizações, os seres humanos buscam de modo incessante vencer a batalha contra o tempo, o envelhecimento e a morte.
Vivemos com a certeza de que iremos morrer, no entanto, ainda é muito difícil nos aproximarmos de tal assunto, por mais que ele esteja enraizado em nossa condição humana.
O adoecer traz consigo a ameaça iminente de finitude e uma fragilidade imediata. Revela a sensação de impotência e descontrole, gerando sofrimento para o paciente e seus familiares. Ambos começam a viver o adoecer em tempo integral. Sua rotina é alterada, seus interesses e preocupações modificados.
É nesse sentido que, cada vez mais, faz-se necessário a presença de um psicólogo no contexto hospitalar, para dar apoio, não somente ao paciente, mas também aos familiares e equipe multidisciplinar.
A psicologia hospitalar ainda é um segmento da profissão pouco difundido e muitas vezes desconhecido por grande parcela da sociedade, entretanto, entende-se que hoje tal figura tornou-se essencial para avaliações, acompanhamento e acolhimento daqueles que estão em contato com o processo de adoecer.
É importante entendermos também que, o acompanhamento psicológico é de extrema importância dentro e fora do ambiente hospitalar. Após todo o processo de adoecer, hospitalização e muitas vezes morte, é necessário olhar com mais cuidado para tristezas, anseios, feridas e traumas.
A psicoterapia pode oferecer então, esse espaço de acolhimento, autoconhecimento e ressignificação do que foi vivido.
Bibliografia
Boss, M. (1975) A Medicina Psicossomática e o princípio de causalidade. Hexágono, 2( 1), 10-24.