Para abordar as questões referentes a violência intrafamiliar se faz necessário trazer a reflexão o sofrimento intenso que acompanha os sujeitos envolvidos nessas situações. Conforme Andrade apud Cesca (2004), o universo da violência é sempre um universo de dor.
Torna-se imprescindível que ambos os lados da situação sejam ponderados, tanto a necessidade de afastamento de uma família adoecida quanto as conseqüências afetivas que essa separação da família acarretaria. (CESCA, 2004).
Diversos autores se dedicaram aos estudos sobre como a privação do amor materno principalmente na primeira infância, podem ter efeitos sobre a saúde mental e o desenvolvimento da personalidade do indivíduo, como por exemplo Winnicott (1995 apud CESCA 2004) que se refere a estudos na área de saúde mental e do desenvolvimento em crianças institucionalizadas, relacionando a privação dos cuidados maternos a retardos no desenvolvimento físico, intelectual e social.
Ao pensarmos na família como em situação de adoecimento, torna-se evidente a necessidade de auxílio, independente da decisão culminar em afastamento ou não do lar. Todas as medidas que contribuam para que a criança receba os cuidados da própria família devem ser estimuladas, como por exemplo, uma assistência ativa aos pais em termos econômicos, sociais, e médicos. Desta forma, ações que se reduzem apenas a punir agressores para proteger as vítimas não são totalmente eficientes, considerando que a violência é um produto cultural e deve ser vista de uma maneira mais abrangente (BRITTO 1999 apud CESCA 2004).
A partir da investigação das causas da violência intrafamiliar, é possível a elaboração de alternativas para reestruturação familiar, considerando os aspectos subjetivos de cada caso. O psicólogo atua como facilitados da promoção da saúde, garantindo os direitos os indivíduos e a busca por cidadania.
Referencias
CESCA, Taís Burin. O papel do psicólogo jurídico na violência intrafamilar: possíveis articulações. Psicol. Soc., Porto Alegre , v. 16, n. 3, p. 41-46, Dec. 2004 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-71822004000300006&lng=en&nrm=iso>. access on 11 Aug. 2017. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-71822004000300006.