Toda família com mais de um filho já deve ter experienciado, em algum momento ou nível, os ciúmes entre irmãos. Esse sentimento muitas vezes faz parte da relação e é uma reação natural em crianças e adolescentes que deixaram de ser as “únicas” para dividir seus brinquedos e atenção – e os pais – com outro pequeno ser humano.
Somamos a isso o fato de que a chegada de um bebê transforma a rotina da casa e que, em um primeiro momento, o filho mais novo exige um cuidado e uma atenção extra. Dentro desse cenário, a reação é considerada normal, e seria até estranho se a dinâmica continuasse a mesma.
Por outro lado, é importante validar e reconhecer o sentimento, mas nunca minimizar a situação. Observar e colocar limites também é essencial, uma vez que há uma linha muito tênue entre o ciúme saudável e o insalubre.
O ciúme entre irmãos para de ser algo saudável, por exemplo, quando as brigas deixam de ser triviais, para chamar a atenção dos pais, e passam a ser compostas por agressão física e palavras ofensivas.
E quanto este limite é ultrapassado, as relações podem sofrer impactos diretos, estendendo-se, inclusive, para a fase adulta.
Existem ciúmes entre irmãos na vida adulta?
Você pode não acreditar, mas nem sempre os ciúmes entre irmãos ficam na infância. Não são raros os casos em que esse sentimento é alimentado ao longo dos anos, direta ou indiretamente.
Mas, enquanto essa “rivalidade” na infância ajuda as crianças a lidarem com os conflitos e a melhorarem a sua interação com os outros, o cenário é outro quando o sentimento se estende à fase adulta.
Com o caráter já formado e as decisões, em sua maioria, já tomadas, esse sentimento tende a impactar na relação entre os irmãos e interferir na dinâmica familiar como um todo. Os confrontos, comuns do dia a dia de qualquer irmão jovem ou não, se tornam mais pesados e há casos em que o rompimento é iminente.
O desafio de lidar com os ciúmes entre irmãos
Esse sentimento na vida adulta chega carregado de história e traumas de infância: há aqueles irmãos que sofreram com a comparação, aqueles que se sentiram injustiçados em determinadas situações e aqueles que foram deixados de lado – mesmo sem querer – com a chegada do mais novo.
É importante que os pais tentem reconhecer o seu papel na gestão desses ciúmes entre irmãos. Quando não há interferência para a recuperação da boa relação fraternal, as cenas vividas ao longo dos anos podem abrir feridas que são difíceis de serem curadas.
Isso porque os ciúmes entre irmãos não despertam apenas brigas, mas interferem no jeito como os filhos lidam com o próprio futuro. Proteger demais um dos filhos ou dar mais reconhecimento para um, por exemplo, pode abrir pode abrir portas para fortes sentimentos de rejeição, carência e de dependência no futuro.
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E como resolver casos de ciúmes entre irmãos adultos?
Quando o problema não é resolvido ainda na infância ou o seio familiar, a terapia pode ser uma boa alternativa para trabalhar as causas e os traumas deixados pelas cenas de ciúmes entre irmãos.
Tratar os traumas e a origem deles em sessões de terapia é essencial para garantir uma boa convivência com os irmãos, que são a única conexão com a nossa família de origem. Em certos casos, a terapia familiar pode ser um bom caminho para que todos os membros possam recuperar o bem-estar e a boa convivência.
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Criado em 2017, pela psicóloga Fernanda Correa Brito Araujo (CRP 06/102387), o consultório de psicologia está localizado próximo ao metrô Santa Cruz, zona sul de São Paulo, e conta com equipe de psicólogas experientes e com diferentes especializações, todas credenciadas no Conselho Regional de Psicologia.