Dados do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo revelam que quase 8% das mulheres brasileiras e 2,5% dos homens, entre 18 e 80 anos, se consideram uma pessoa assexual. O termo ganhou destaque após uma cena da novela global “Travessia”, na qual o personagem do ator Thiago Fragoso revelou sua orientação sexual.
Representada pela letra “A” na sigla LGBTQIA+, a assexualidade é muito mais comum do que se imagina. E o preconceito em torno do assunto também: por falta de informação, muitos acreditam que a pessoa assexual precisa ser “tratada” e “curada”. E isso não é verdade.
Na teoria, a assexualidade é a ausência total, parcial, condicional ou circunstancial de atração sexual. Em outras palavras, as pessoas que se identificam com essa orientação sentem atração romântica e afetiva, que podem coexistir por outras pessoas, mas não sentem desejo sexual – ou sentem raramente e em determinadas circunstâncias.
Algumas informações importantes sobre a pessoa assexual
A falta de conhecimento sobre o tema torna a conversa e a aceitação sobre o tema ainda mais complicada. Então vamos desmistificar algumas informações sobre a pessoa assexual:
- Assexualidade é uma orientação sexual.
- A assexualidade não tem relação nenhuma com questões fisiológicas ou traumas.
- Pode ser mais comum em mulheres do que em homens, por questões sociais e hormonais
Existem subclassificações para a pessoa assexual:
- Heterorromântico: interesse por pessoas do sexo oposto.
- Homorromântico: interesse por pessoas do mesmo sexo.
- Birromântico: interesse por pessoas de ambos os sexos
- Panromântico: interesse romântico pelo ser humano, independentemente do gênero.
- Arromântico: não tem interesse por relacionamentos amorosos.
Há, ainda, algumas classificações dentro da assexualidade sendo as mais comuns:
- Demissexual: quando a pessoa sente atração sexual depois que desenvolve um vínculo afetivo.
- Assexual estrito: significa que a pessoa não sente atração sexual em momento algum.
- Grayssexual: quando a pessoa sente atração sexual apenas em algumas situações.
A pessoa assexual possui sua própria bandeira, cujas cores representam o seu grau de interesse por relações sexuais:
- Preto: representa a assexualidade.
- Cinza: está relacionada à pessoa assexual que pratica relação sexual.
- Branco: representa simpatizantes e parceiros que não são assexuais.
- Roxo: está relacionada a todos os grupos de assexuais.
Importância do autoconhecimento no caso da pessoa assexual
Ao contrário do que imagina, o termo não tem relação com o celibato, falta de libido, escolha ou abstinência. Tampouco está relacionada a traumas. Uma pessoa assexual pode, por exemplo, se interessar ou se envolver amorosa ou intimamente com outra pessoa, apesar de não haver relação sexual a todo momento.
Para quem não vive isso na prática, pode ser complexo. Afinal, o sexo é cada vez mais explorado pela mídia – e nas relações, na educação e na saúde –, se tornando quase que uma obrigação.
Acontece que a prática sexual não é uma regra para que um relacionamento seja saudável e tenha êxito.
Mas, para aqueles que se identificam com essa orientação sexual, o processo pode não ser tão simples. Nesse cenário, é preciso trabalhar o autoconhecimento e compreender que não existe problema, dor ou sofrimento em ser uma pessoa assexual.
Entender que a atividade sexual não é prioridade em suas vidas – e que está tudo bem com isso – é o caminho para uma vida mais leve e sem cobranças. A psicoterapia, aliás, tende a ser uma grande aliada nesse processo.
Além de promover a autoaceitação, a terapia ajuda as pessoas em conflito de diversas maneiras. Isso inclui, por exemplo, a compreensão da orientação sexual e desmistificação dos tabus que giram em torno do assunto; ou a manutenção de relacionamentos, que podem, sim, funcionar de maneira saudável e prazerosa.
A assexualidade possui, sem dúvidas, suas particularidades. Mas a experiência das pessoas não precisa ser solitária.
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