Termino de relacionamento amoroso, um luto necessário.

Termino de relacionamento amoroso, um luto necessário.

Vivenciar o término de um relacionamento não é fácil, a maneira como cada um lida com esse momento depende de uma série de fatores, aos quais não irei me ater nesse momento; quando um relacionamento chega ao fim, temos a sensação de que um pouco de nós mesmos, se perde, vai embora, e isso pesa, dói, machuca.

 Por muitas vezes pecamos, por tentarmos passar por tudo isso de maneira rápida e sem sentir, pois afinal, ouvimos constantemente as pessoas falarem que temos que deixar a dor de lado, e viver, curtir com os amigos, ir para festas, bares e postar fotos sorrindo, rodeada de pessoas, mesmo que por dentro, estejamos solitários e gritando por ajuda.

Curtir, passear, conhecer novos lugares, fazer novas amizades, descobrir novos interesses e muito importante, mas permita-se vivenciar o seu luto, entrar em contato com os seus sentimentos, entender o que está se passando.

O luto é um processo importante e necessário, que nos ajuda a elaborar maneiras de lidarmos com a perda daquele elo que um dia foi tão significativo.

A psiquiatra Elisabeth Kubler Ross, em seu livro “Sobre a morte e o Morrer”, apresenta a descrição de cinco estágios do processo de luto e destaca que eles se aplicam a maneira como lidamos com qualquer tipo de perda.

São eles:

Negação e isolamento: A negação é uma defesa temporária, nesse estágio a pessoa nega a existência do fato e tenta não entrar em contato com a realidade, seja o termino de um relacionamento, a morte de um ente querido, etc, surgem pensamentos como: “Não, isso não é verdade, logo tudo se resolverá”.

Raiva: Quando a pessoa não consegue mais manter a fase de negação ela é substituída por sentimentos de raiva, inveja e revolta, ela se revolta com o mundo, se sente injustiçada, surgem questionamentos como: “Porque eu?” porque isso está acontecendo comigo?’’.

Barganha: Nessa fase, o individuo começa a negociar consigo mesmo, com o outro e com Deus, utilizando-se de promessas como: “Se eu sair dessa situação, prometo que serei diferente de agora em diante”, “Se eu tiver mais uma chance, eu farei tudo de outra forma”.

Depressão: Nesse momento ocorre o sofrimento profundo, a pessoa fica mais introspectiva, pois percebe que não adianta tentar negar, se revoltar ou negociar para que a realidade se modifique, ela volta a consciência para a perda, os sentimentos comuns nessa fase são: medo, culpa, isolamento, desesperança.

Aceitação: A pessoa consegue perceber a realidade tal como ela é e passa a aceitar a perda como algo natural, se mostra pronto para enfrenta-la.

Vale ressaltar que não existe uma sequencia dos estágios de luto, cada pessoa vive esse momento de forma particular e única. Todos nós estamos sujeitos a essa realidade, portanto respeite o seu luto, se permita passar por esse processo de transformação, de descobertas e crescimento. Caso você perceba que não consegue lidar sozinho com o fim do relacionamento, procure a ajuda de um psicólogo,  pois será um diferencial para lidar com esses estágios.

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Fernanda Correa Brito Araujo

Idealizadora e supervisora clínica da Desenvolviver, a psicóloga Fernanda Correa Brito Araujo (CRP 06/102387) tem especialização em Psicanálise Clínica, Neuropsicologia e Psicologia do Trânsito, forte experiência em Perícia Forense, Psicologia Escolar e Recursos Humanos, com passagem por multinacionais como Roche, Allergan e General Eletric do Brasil.

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