Suicídio como morte da dor

Suicídio como morte da dor

Suicídio é o ato de matar a si mesmo.

Ato relacionado com sofrimento psíquico individual e interior, do qual a pessoa que sente, não consegue suportar e/ou compreender, fazendo com que se suicide.

Levantando algumas estatísticas mundiais, cerca de 1 milhão de pessoas cometeram suicídio no ano de 2000, e até 2020 acredita-se que aproximadamente 1,53 milhões de pessoas cometerão suicídio em todo o mundo, segundo dados da OMS – Organização Mundial da Saúde.  Isso porque além de existir muito tabu ao se falar do suicídio, quando se mensura tais dados acontecem muitos erros, não dando devidamente o motivo da morte.

A cada 3 segundos há uma tentativa de suicídio, e a cada 40 segundos de fato uma pessoa consegue se suicidar.

Existem alguns fatores de risco quando pensamos em suicido, como gênero, idade, etnia, orientação sexual, histórico familiar e mudanças socioeconômicas. E também fatores de proteção, como proximidade com a família, religiosidade, emprego, rede social (interdependência), tolerância a frustração.

 Enquanto mulheres tentam se suicidar mais do que os homens, estes últimos são os que mais, efetivamente, conseguem e de formas muito mais violentas, até pela configuração da nossa sociedade atual, em que o homem precisa ser ‘macho’ e provar algo para a sociedade e que a mulher é mais ‘frágil’. Esses conceitos de padrão social, também são fatores que influenciam nos comportamentos suicidas. Homens chegam a se suicidar de 3 a 4 vezes mais que as mulheres.

E não somente quanto a gênero, mas etnia quando falamos do racismo em uma perspectiva estrutural que fere principalmente a subjetividade do indivíduo.

Quando falamos do comportamento da pessoa suicida, precisamos prestar atenção em alguns alertas para diferenciarmos, pois este segue um curso : Pensamento suicida ; Planejamento ; Tentativas.

Muitas vezes não damos ouvidos aquela pessoa que diz que tem vontade de se matar, ou que gostaria de sumir, pois sente se um peso para o outro, como se a vida não fizesse sentido e existisse um vazio dentro dela, do qual o indivíduo não consegue suportar e acaba achando que a melhor forma de acabar com esse sofrimento é se matando, quando na realidade o que essa pessoa está querendo é matar a dor, para conseguir seguir sua vida.

Existem alguns mitos que rodeiam o suicídio: “Se alguém perguntar sobre isso, vai induzir o suicídio? Isso é uma falácia, ou seja, não! Se tens dúvidas quanto a isso, é importante que se pergunte, até para conseguir ajuda para a pessoa”; “Quem quer se matar, não fala, se mata”.

Às vezes em nossa família, temos casos de filhos, adolescentes, pais, maridos, esposas, avós, tios, primos, parentes de um modo geral, que acabamos por banalizar essa dor e achar que eles querem apenas ‘chamar atenção’, quando na verdade, são pequenos alertas de socorro ‘que a pessoa está dando.

O que podemos fazer para ajudar? Ouvir atentamente; Legitimar a dor do outro; Pedir ajuda a algum profissional da área da saúde, psicólogos e psiquiatras; Sempre falar com alguém próximo à pessoa com o comportamento/ ideia suicida, pois neste momento o apoio da família e amigos é essencial para a recuperação e ajuda desse indivíduo.

É sempre importante ressaltar também, que nossa responsabilidade para com a pessoa que se encontra nessa situação é em ajudá-la a procurar ajuda profissional, pois nos também temos limitações e não devemos nos responsabilizar por essa dor que muitas vezes precisa ser entendida e compreendida sob outra ótica inclusive pela própria pessoa com pensamento/ideação e comportamento suicida.

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Fernanda Correa Brito Araujo

Idealizadora e supervisora clínica da Desenvolviver, a psicóloga Fernanda Correa Brito Araujo (CRP 06/102387) tem especialização em Psicanálise Clínica, Neuropsicologia e Psicologia do Trânsito, forte experiência em Perícia Forense, Psicologia Escolar e Recursos Humanos, com passagem por multinacionais como Roche, Allergan e General Eletric do Brasil.

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