Comportamento workaholic e o papel da terapia

Comportamento workaholic e o papel da terapia

Alguns anos atrás, ser workaholic era sinônimo de dedicação e comprometimento. Ainda hoje, na verdade, existe uma falsa sensação de que você somente conseguirá chegar no topo se estiver sempre disponível para o trabalho e ocupado com tarefas, sejam elas urgentes ou não.

Mas, ainda que a cultura das horas extras e do sucesso continue em ascensão – e tão difundida quanto antes –, trabalhar sem parar pode impactar negativamente a sua saúde física e mental e suas relações interpessoais.

A romantização do trabalho e a escalada do Burnout – e de outros transtornos e doenças –, aliás, não são meras coincidências. Horas extras, ambientes de cobrança excessiva e incapacidade de estabelecer limites saudáveis levam à exaustão e a problemas de saúde: é uma conta simples, mas que poucos fazem.

Sinais de uma pessoa workaholic

A definição de workaholic não se limita às horas trabalhadas, embora conceitualmente compreenda um transtorno relativo à incapacidade de parar de trabalhar. O problema, na verdade, vai além e está também relacionado à intensidade e como isso afeta a vida daquela pessoa, em diferentes níveis.

Por isso, identificar os sinais de alerta, compreender suas características e buscar apoio são passos fundamentais para reverter esse quadro. Confira abaixo alguns dos principais indicadores de que algo não está bem.

Dificuldade em desligar

O workaholic sente uma necessidade constante de estar conectado ao trabalho, mesmo fora do horário comercial, em finais de semana ou momentos de lazer. Isso pode levar a um estado de alerta permanente, o que prejudica o descanso e a recuperação.

Negligência de outras áreas da vida

Relações sociais, familiares e amorosas são frequentemente deixadas em segundo plano. O trabalho passa a ser o centro das atenções, reduzindo o tempo e a energia dedicados às atividades fora do ambiente profissional.

Sentimento de culpa

Momentos de lazer ou descanso geram ansiedade ou um profundo sentimento de culpa na pessoa. É como se ela sentisse que não está “produzindo” e que poderia estar fazendo mais ou melhor aproveitando o tempo – trabalhando, é claro.

Horas extras constantes

A rotina de um workaholic frequentemente excede o horário comercial, mesmo quando não há uma demanda imediata ou urgente. A vontade de “fazer mais” e estar à frente traz uma ilusão de que é preciso completar mais do que 12 horas no escritório.

Distúrbios do sono e estresse

Dificuldades para dormir, alimentação desregulada e estresse crônico são comuns, já que o indivíduo não consegue parar de pensar nas tarefas do dia a dia. Dessa forma, o corpo e a mente acabam sobrecarregados, comprometendo a saúde e o bem-estar geral.

Foco constante no trabalho

Se a única conversa gira em torno de projetos, metas e desafios profissionais, é provável que o trabalho esteja ocupando espaço demais na vida da pessoa.

Características comuns de um workaholic

Ninguém se torna workaholic do dia para a noite. Este é um processo gradual que, muitas vezes, começa com uma dedicação intensa, motivada por diversos motivos: metas ambiciosas, desejo de reconhecimento ou a necessidade de se destacar em um ambiente competitivo. Ao longo do tempo, essa dedicação se transforma em algo desproporcional, afetando outras áreas da vida.

O workaholic está quase sempre checando seus e-mails, pensando em soluções para problemas ou planejando os próximos passos, e sente uma culpa extrema por “não estar produzindo” em momentos de lazer ou descanso. Mas, outras características também chamam a atenção.

O trabalho é tudo

Uma das principais características de um workaholic é o foco no trabalho. Nada é mais importante do que resolver as pendências e ser o primeiro a chegar na empresa e o último a sair.

Péssima alimentação

Em nome do trabalho, o workaholic ignora sua saúde física e alimentação. Como cada minuto conta, é comum que eles priorizem as tarefas, ainda que não sejam urgentes, e optem por lanches rápidos que são muito mais fáceis de comer no escritório.

Estresse crônico

É praticamente impossível workaholic que não sofra com algum nível de estresse. A rotina exaustiva não permite momentos de descanso ou lazer, o que faz com que o corpo e a mente demandem mais energia do que podem oferecer. Essa pressão constante leva a níveis elevados de cortisol, o hormônio do estresse, e contribui para diversos problemas de saúde, como insônia, dores musculares, irritabilidade e dificuldade de concentração.

Dificuldade em delegar

O workaholic acredita que somente ele é capaz de realizar determinadas tarefas com perfeição, o que o impede de delegar responsabilidades para colegas. Essa postura reforça a sobrecarga e dificulta o equilíbrio.

A vida fora do escritório é praticamente inexistente

Lembra da frase “trabalhe com o que você ama e nunca mais precisará trabalhar na vida”? O workaholic acredita fielmente que o trabalho é seu hobby e que não precisa de momentos de lazer ou prazer. Afinal, não existe nada que valha as horas “perdidas”.

Perfeccionismo

Esta é uma característica marcante nesses casos, especialmente porque o workaholic tende a gastar tempo demais em detalhes ou refazendo tarefas em busca de um nível de excelência que muitas vezes é inatingível.

Quando é hora de procurar ajuda?

Todo workaholic pensa no trabalho 24 horas por dia e sete dias por semana. Esse é, justamente, o conceito.

Por muitos anos, inclusive, fomos levados a acreditar que esse era o modus operandi do mercado, independentemente da área. Mas, a verdade é que a máxima “trabalhar enquanto os outros dormem” ou tantas outras, que estampam capas de livros ou quadros nas paredes do escritório não faz sentido algum.

Isso porque, a rotina exaustiva de um workaholic pode levar a consequências sérias, como estresse crônico, ansiedade e esgotamento emocional, que comprometem não apenas a qualidade de vida, mas também os relacionamentos. Há casos, inclusive, em que o efeito rebote acontece e o desempenho profissional também é impactado negativamente.

Nesse cenário, é importante considerar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional e contar com o apoio de um profissional.

A terapia ajuda a redefinir o conceito de sucesso e quebrar barreiras e crenças limitantes, identificando os gatilhos e as causas que levam à compulsão pelo trabalho, como perfeccionismo, necessidade de aprovação, insegurança ou medo de fracasso.

Da mesma forma, o apoio profissional também trabalha a criação de limites saudáveis, tanto no ambiente profissional quanto na vida pessoal. É um processo longo, mas necessário, em que o paciente pode se redescobrir, fortalecer relacionamentos e desenvolver uma rotina mais equilibrada e saudável.

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Criado em 2017, pela psicóloga Fernanda Correa Brito Araujo (CRP 06/102387), o consultório de psicologia está localizado próximo ao metrô Santa Cruz, zona sul de São Paulo, e conta com equipe de psicólogas experientes e com diferentes especializações, todas credenciadas no Conselho Regional de Psicologia.

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Fernanda Correa Brito Araujo

Idealizadora e supervisora clínica da Desenvolviver, a psicóloga Fernanda Correa Brito Araujo (CRP 06/102387) tem especialização em Psicanálise Clínica, Neuropsicologia e Psicologia do Trânsito, forte experiência em Perícia Forense, Psicologia Escolar e Recursos Humanos, com passagem por multinacionais como Roche, Allergan e General Eletric do Brasil.

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