O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é frequentemente associado à infância. Mas, você sabia que, segundo a Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA), 4% da população adulta também sofre com a condição?
Os dados são alarmantes, especialmente em um cenário no qual um boom no número de casos é uma realidade. A título de comparação, em um período de 20 anos, a prevalência subiu de 6,1% (entre 1997 e 1998) para 10,2% (entre 2015 e 2016), segundo pesquisas.
Por que há tantas pessoas com déficit de atenção?
O aumento é facilmente explicado: o mundo evoluiu e, além de informações mais precisas, mudanças nas práticas de diagnóstico contribuem para a melhor identificação do transtorno nas pessoas. Ainda bem!
Explicamos: muitas pessoas passam a vida inteira sem saber que têm o transtorno. E existem inúmeras razões que explicam esse subdiagnóstico: a complexidade dos sintomas, que, muitas vezes, se confundem com outras condições (ansiedade e depressão, por exemplo), e a falta de conscientização e conhecimento sobre o assunto são alguns bons exemplos.
Isso sem mencionar o tabu e a crença popular de que os sintomas são apenas características pessoais ou traços de personalidade. Mas nem sempre são.
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Déficit de atenção na vida adulta
Caracterizada por sintomas como falta de atenção, hiperatividade e impulsividade, o TDAH, ou simplesmente déficit de atenção, atinge homens e mulheres em diferentes fases da vida.
Embora estudos apontem a predisposição genética e alterações nos neurotransmissores (dopamina e noradrenalina) como as principais causas da condição, outros fatores também podem contribuir para o desenvolvimento do transtorno, tais como:
- Substâncias ingeridas na gravidez;
- Sofrimento fetal por conta de problemas no parto;
- Exposição a chumbo.
Há, ainda, que se considerar fatores ambientais e histórico de vida, uma vez que traumas, mudanças significativas na rotina e eventos estressantes podem desencadear o surgimento de sintomas, especialmente em adultos. A gravidez, por exemplo, pode agravar o quadro de mulheres que já apresentavam uma predisposição, fazendo com que os indícios se tornem mais evidentes devido às novas demandas físicas e emocionais.
É importante notar também que os sintomas do déficit de atenção na vida adulta podem variar bastante. Entre os mais comuns, estão a procrastinação, a falta de foco, a dificuldade de seguir tarefas até o fim e a desorganização. Há, no entanto, casos em que os sinais são ainda mais intensos e, portanto, com impacto negativo maior:
- Atrasos frequentes em compromissos de trabalho;
- Falta de organização;
- Oscilação abrupta de humor;
- Dificuldade de se expressar;
- Repetição de palavras com frequência;
- Problemas ao dirigir;
- Dificuldade de concentração.
Déficit de atenção e seus impactos na vida profissional e pessoal
É comum que adultos com déficit de atenção não diagnosticado desenvolvam estratégias para compensar ou “mascarar” os sintomas. Embora seja válido, o esforço dificulta o diagnóstico e afeta direta e indiretamente as relações interpessoais, o desenvolvimento pessoal e o desempenho no trabalho.
Como resultado, os pacientes também enfrentam problemas relacionados à autoestima, ansiedade e depressão. Daí a importância de procurar ajuda ao menor sinal.
O diagnóstico é o primeiro passo para uma vida mais leve. Isso porque, o déficit de atenção não tem cura, mas pode ser acompanhado e tratado. Estudos revelam que 50% das pessoas que possuem o transtorno irão apresentar os sintomas durante toda a vida, mas com a abordagem certa, é possível viver uma vida normal.
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Déficit de atenção tem tratamento?
A terapia desempenha um papel central na aceitação e controle dos sintomas, pois auxilia os pacientes a desenvolverem estratégias práticas para lidar – veja bem, não é “mascarar” ou esconder – com a desatenção, impulsividade e desorganização. Isso inclui, por exemplo, a criação de rotinas diárias, lembretes e divisão de tarefas grandes em etapas menores.
Da mesma forma, a abordagem visa estimular mudanças de comportamento e hábitos mais saudáveis, por meio de técnicas de regulação emocional e alimentação, ao mesmo tempo em que atua para melhorar a autoestima e reduzir o impacto emocional dos sintomas.
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Criado em 2017, pela psicóloga Fernanda Correa Brito Araujo (CRP 06/102387), o consultório de psicologia está localizado próximo ao metrô Santa Cruz, zona sul de São Paulo, e conta com equipe de psicólogas experientes e com diferentes especializações, todas credenciadas no Conselho Regional de Psicologia.
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