Luto prolongado: quando a terapia é necessária?

Luto prolongado: quando a terapia é necessária?

O luto é uma resposta emocional natural à perda de alguém ou algo significativo em nossas vidas, e cada pessoa processa essa dor de maneira única. No entanto, em alguns casos, o processo se estende além do esperado e interfere de forma significativa na capacidade de seguir adiante: é o chamado luto prolongado.

Desde 2022, o problema passou a ser considerado um transtorno mental pela Associação Americana de Psiquiatria (APA); a Organização Mundial da Saúde (OMS) define o luto prolongado da mesma forma, de acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID).

Embora seja comumente relacionada à morte, qualquer situação atrelada a um vínculo afetivo e que, por algum motivo, leve à perda, como o término de um relacionamento, o fim de uma amizade e a perda de emprego, além de despedidas e decepções, pode desencadear o luto.

No entanto, esse processo pode se tornar um transtorno quando se prolonga por muito tempo, causando uma dor persistente que impede a pessoa de retomar sua vida de forma funcional.

 

Transtorno de luto prolongado: o que é?

O luto prolongado, também chamado de transtorno de luto prolongado, é uma condição na qual a dor da perda persiste de maneira intensa – e além do esperado –, causando um impacto negativo na vida, nas relações pessoais e na saúde mental de um indivíduo.

A nível comparativo, em situações normais, a intensidade do luto tende a diminuir com o tempo, permitindo que a pessoa retome suas atividades e encontre sentido na vida novamente; quando lidamos com o luto prolongado, essa adaptação não ocorre e a pessoa pode sentir um sofrimento constante, lembrando intensamente do que perdeu ou, ainda, experimentando uma dificuldade maior em aceitar a realidade.

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O sinal de alerta muitas vezes demora a chegar. Isso porque as pessoas são diferentes e cada uma processa o luto de uma forma – em maior ou menor intensidade.

No entanto, alguns sintomas indicam que o processo de luto pode estar se estendendo mais do que o esperado, dentre eles:

  • Dor emocional intensa e saudade que persistem por meses ou até anos;
  • Dificuldade em aceitar a perda e constante negação da realidade;
  • Isolamento social e afastamento das atividades diárias;
  • Culpa ou autorrecriminação sobre a perda;
  • Sensação de que a vida perdeu o sentido ou propósito;
  • Preocupação constante com a pessoa que partiu, quase como se a perda tivesse ocorrido recentemente.

Diferença entre luto prolongado e depressão

Tristeza intensa, baixa autoestima e dificuldade em sentir prazer nas atividades do dia a dia (anedonia) são sintomas comuns da depressão, mas também afetam pessoas que sofrem com o luto prolongado. Daí a confusão.

A diferença entre eles, no entanto, é que a primeira é uma condição de saúde mental caracterizada por uma tristeza persistente e outros sintomas associados, que não necessariamente se conecta a um evento em particular; enquanto no luto prolongado, a tristeza e o sofrimento estão diretamente relacionados à perda específica ou à falta do ente querido.

Além disso, pacientes que sofrem com o transtorno frequentemente sentem saudade ou uma conexão emocional com a pessoa que perdeu, enquanto indivíduos com depressão vão na contramão: perdem o interesse em coisas simples e vivenciam uma desconexão com quase tudo ao seu redor.

Por outro lado, é importante notar que ambos podem ocorrer simultaneamente e que um problema não diminui ou não exclui o outro.

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A importância da terapia

O luto prolongado pode afetar significativamente a experiência de vida de uma pessoa, levando a dificuldades no desempenho acadêmico ou profissional, problemas de relacionamento e isolamento social.

Embora não exista uma regra para determinar quem será mais ou menos afetado pela perda de ente querido, alguns grupos são mais vulneráveis devido a fatores emocionais ou determinadas circunstâncias. Esses grupos incluem:

  • Pessoas que perdem alguém de forma repentina ou traumática, como em acidentes ou tragédias;
  • Indivíduos com histórico de transtornos de ansiedade ou depressão;
  • Pessoas que enfrentaram múltiplas perdas em um curto período;
  • Cuidadores de longa data ou aqueles que dedicaram a vida a alguém que faleceu; e
  • Indivíduos com uma rede de apoio limitada, o que dificulta encontrar conforto e amparo durante o processo de luto.

Ainda que seja complexo, cuidar da saúde mental é fundamental para quem está em luto – seja ele prolongado ou não. A psicoterapia oferece um espaço seguro para explorar os sentimentos de perda, encontrar novas maneiras de lidar com o sofrimento, processar a dor e, eventualmente, promover a aceitação da perda.

A ajuda profissional também é valiosa para fortalecer os recursos emocionais da pessoa, ajudando-a a construir uma nova perspectiva e retomar o controle sobre sua vida.

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Criado em 2017, pela psicóloga Fernanda Correa Brito Araujo (CRP 06/102387), o consultório de psicologia está localizado próximo ao metrô Santa Cruz, zona sul de São Paulo, e conta com equipe de psicólogas experientes e com diferentes especializações, todas credenciadas no Conselho Regional de Psicologia.

Além do atendimento presencial, a Desenvolviver oferece psicoterapia online. Para agendar a sua consulta, ligue (11) 3539-2939 ou mande um e-mail para recepcao@desenvolviver.com.

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Fernanda Correa Brito Araujo

Idealizadora e supervisora clínica da Desenvolviver, a psicóloga Fernanda Correa Brito Araujo (CRP 06/102387) tem especialização em Psicanálise Clínica, Neuropsicologia e Psicologia do Trânsito, forte experiência em Perícia Forense, Psicologia Escolar e Recursos Humanos, com passagem por multinacionais como Roche, Allergan e General Eletric do Brasil.

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