Uma pesquisa revelou que 27 milhões dos brasileiros sofrem com fobia social. Também conhecido como Transtorno de Ansiedade Social (TAS), o problema pode ser incapacitante em alguns casos e vir acompanhado de outras doenças, como depressão, transtorno de ansiedade generalizada ou pânico.
Apesar dos números alarmantes, a doença é, muitas vezes, subestimada e comparada com a timidez – e, em alguns casos, com a falta de educação. Esse estereótipo é reforçado tanto pela falta de informação quanto pelo fato de que os sintomas costumam surgir ainda na infância, podendo persistir pela adolescência e vida adulta.
Acontece que o transtorno vai muito além de um simples traço de personalidade. A fobia social interfere significativamente na vida de uma pessoa, sendo caracterizada pela ansiedade e pelo medo intenso de ser avaliado e julgado.
Como se comporta uma pessoa com fobia social
É comum que os pacientes acometidos pelo transtorno evitem, por exemplo, situações de convívio social por medo de que um estranho possa iniciar uma conversa ou, simplesmente, por acreditarem que serão tratados com menosprezo. Da mesma forma, falar em público e até mesmo realizar atividades simples na presença de outras pessoas, como comer ou escrever, pode ser um problema.
Além de interferir diretamente na vida pessoal, acadêmica e profissional, a fobia social pode causar sintomas físicos, como sudorese, tremores e taquicardia, o que intensifica ainda mais a sensação de desconforto.
O resultado é um só: o isolamento. Este é, sem dúvida, um dos principais desafios e consequências da doença.
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O que causa a fobia social?
A fobia social afeta aproximadamente 9% das mulheres e 7% dos homens anualmente. O transtorno, no entanto, não tem uma causa específica – na verdade, é uma combinação de fatores, que variam de uma pessoa para outra.
Entretanto, alguns estudos apontam que os sintomas podem estar relacionados à:
- Genética: casos de transtornos de ansiedade ou outros problemas psicológicos na família.
- Alterações biológicas: disfunção no funcionamento do cérebro, como uma amígdala hiperativa.
- Trauma psicológico: experiências negativas, como bullying, rejeição ou críticas excessivas, especialmente na infância ou adolescência.
- Ambiente familiar e social: ambiente repressivo ou com falta de afeto na infância,
Isolados ou em conjunto, os fatores podem contribuir para o surgimento da fobia social. E compreender a origem do problema ajuda no diagnóstico e no tratamento da condição.
Sintomas da fobia social: pontos de atenção
Você certamente conhece alguém que fica ansioso ao falar em público ou antes de uma reunião. E isso é relativamente normal. Mas, as pessoas com fobia social geralmente reagem de forma muito mais intensa a esses momentos, a ponto de isso impactar significativamente as suas relações.
Os sintomas podem variar, mas alguns sinais comuns incluem:
- Desconforto ao falar em público ou realizar alguma atividade com outras pessoas observando;
- Voz trêmula e gagueira;
- Pessimismo;
- Medo excessivo de ser julgado;
- Ansiedade excessiva;
- Evasão de situações sociais;
- Dificuldade para fazer ou manter amigos;
- Preocupação excessiva com o futuro.
Além disso, é comum que pessoas com fobia social sofram com pensamentos intrusivos e com um sentimento de culpa e inadequação, o que pode agravar ainda mais o sofrimento. O medo do julgamento do outro faz com que a pessoa se isole e deixe de conviver até com a família.
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Fobia social: diagnóstico e tratamento
A fobia social interfere de maneira significativa em diversas áreas da vida, como no trabalho, nos estudos e nas relações pessoais. Em alguns casos, os sintomas podem se tornar mais severos, fazendo com que o paciente não queira sair do seu quarto ou da sua casa – o cenário ideal para o surgimento de outras doenças, como a depressão. Daí a importância de um acompanhamento clínico.
O diagnóstico é comumente realizado por um psicólogo ou psiquiatra, por meio de uma avaliação clínica detalhada, que considera não apenas os sintomas, mas também o histórico familiar, o comportamento e as experiências do paciente.
O tratamento, por sua vez, pode ser conduzido de diferentes formas. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é a abordagem mais utilizada nesse cenário.
Além de identificar e modificar os pensamentos negativos e os comportamentos autossabotadores que alimentam o medo e ansiedade, a metodologia utiliza algumas técnicas específicas, como a exposição gradual e controlada às situações que causam desconforto. A ideia é, justamente, ajudar o paciente a enfrentar seus medos de forma segura.
Da mesma forma, o tratamento também busca ensinar habilidades de comunicação e interação social, como iniciar conversas, fazer contato visual e expressar emoções de forma adequada. É, na verdade, como se o paciente estivesse reaprendendo a conviver em sociedade.
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