O Brasil é o segundo país que mais realiza procedimentos estéticos no mundo, perdendo apenas dos Estados Unidos. Dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética revelam que, somente em 2023, o número de intervenções realizadas em território nacional ultrapassou a marca dos três mil – um crescimento de quase 12% em relação ao ano anterior.
Os números são reflexo de uma sociedade cada vez mais orientada pela estética e pela busca incessante por padrões de beleza, que, muitas vezes, são inalcançáveis. Embora a prática tenha se tornado rotineira, existe uma linha tênue entre a necessidade e a vaidade. E é justamente quando o desejo de mudança ultrapassa os limites, que as consequências surgem.
Quando os procedimentos estéticos acendem alerta?
Todo mundo – todo mundo mesmo – tem algo que gostaria de mudar no corpo. Para algumas pessoas, inclusive, os procedimentos estéticos oferecem uma chance de transformação e renovação, elevando a autoestima. Afinal, quem é que não quer se sentir bem, não é mesmo?
No entanto, a busca pela perfeição ou por um ideal praticamente inatingível, pode desencadear um ciclo vicioso. E é aí que mora o perigo.
Múltiplas cirurgias ou intervenções podem resultar, por exemplo, em deformações, cicatrizes ou problemas de saúde, como infecções e bactérias. Mas, além dos riscos físicos, o impacto na saúde mental também é significativo.
É comum, por exemplo, que pessoas que exageram nos procedimentos estéticos apresentem baixa autoestima, transtornos de imagem corporal ou, em alguns casos, comportamentos obsessivos. Isso porque elas tendem a se concentrar em detalhes cada vez menores, negligenciando suas qualidades e características únicas.
O papel da terapia para driblar os problemas com procedimentos estéticos
A pressão estética e a insatisfação com a própria imagem têm levado cada vez mais pessoas a apostarem em procedimentos estéticos. Mas, na busca por um ideal inalcançável, muitos pacientes nunca se sentem satisfeitos com os resultados e continuam investindo mais e mais em intervenções, em um ciclo potencialmente destrutivo.
A terapia é uma ferramenta crucial para ajudar pessoas a entenderem e trabalharem suas emoções e a forma como se enxergam. Por meio de abordagens estratégicas, é possível identificar e ressignificar os pensamentos distorcidos sobre o próprio corpo e entender que as imperfeições fazem parte de quem somos.
É importante lembrar, no entanto, que a ideia não é proibir ou demonizar os procedimentos estéticos, mas compreender quando eles são motivados por uma necessidade real e quando refletem uma busca pela aceitação ou por um ideal inatingível.
Todo mundo merece se sentir plenamente feliz com seu corpo, mas o segredo está no equilíbrio.
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